quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ética da boca pra fora

Se você se não gostou do título pode parar por aqui mesmo. Vou pegar pesado. Não vou medir as palavras para ser mais suave no que quero dizer. É para a carapuça servir mesmo a todos que enchem os pulmões e bradam aos quatro ventos, defendendo a ética e blá-blá-blá, mas que na prática, não passam de hipócritas.
Ética é muito mais que uma palavra bonita. Ética é comportamento. E por ser comportamento, é mais abrangente do que imaginamos. A falta de ética provoca revolta, indignação, repúdio. Se você sente tudo isso quando alguém não é honesto, parabéns, você é normal. Se você optou por acomodar-se, dizendo que “as coisas são assim mesmo”, eu lhe convido a refletir comigo. E se você não está nem aí com nada e acha isso tudo uma baboseira justamente por ter como hábito a esperteza, o desejo de passar os outros para trás, ah meu amigo..., é de gente assim que o mundo não precisa! Desejo do fundo do coração, que você acorde. Ser desonesto, não ter ética, é ser burro. É fazer campanha contra si mesmo. Já ouviu aquela frase tão batida, mas tão real, de que mentira tem perna curta? Pois é. Na mesma família da mentira existem outras com as perninhas ainda mais curtas. Então pense bem. Será que vale a pena queimar seu filme perante amigos, família, comunidade, pelo prazer de levar vantagem em tudo? Para construir uma reputação de pessoa idônea há de se ter um mínimo de esforço e resistir às tentações. Mas para adquirir fama de caloteiro, picareta, ladrão, desonesto, é muito fácil. É só esquecer que no mundo existem outros precisando trabalhar, comer, vestir, viver. É só olhar para o próprio buraquinho da barriga e usar de todos os meios para ser mais “esperto”, para chegar na frente, para ganhar uma grana fácil às custas de quem trabalha de verdade.
E sabe onde a ética começa? Bem lá na infância. Coloque a memória para funcionar agora. Lembre-se das vezes que você disse para sua mãe que não tinha quebrado a vidraça, ou que foi seu irmão quem fez aquela travessura. Lembre-se das vezes em que colou na prova da escola. Das vezes que roubou nas brincadeiras. E na juventude, quantas vezes disse aos pais que estava na casa de um amigo, quando na verdade estava por ai, andando com a turma, aprontando. Quantas vezes fingiu estar doente para não ir ao trabalho ou à escola? Todas essas pequenas atitudes, se observadas isoladamente, parecem não significar algo grave. Acontece, que o caráter de uma pessoa é formado aos poucos, desde a infância, passando pela juventude até a fase adulta. Nós somos o que pensamos, mas também o que fazemos. E é a somatória de tudo que fazemos durante nossa vida que define nosso caráter.
Portanto, ser ético, ser honesto, vem lá de trás. Vem desde a educação em casa, na escola, do convívio com os amigos. Não vem de um dia para o outro. Então chega de fingir ser quem não é apenas para manter uma boa imagem. Construa dentro de si aquilo que deseja parecer por fora.